Larguei a mochila no chão. Minha respiração acelerou, corri até Joe. Seu corpo estava caído no chão, com uma faca encravada no se peito, o sangue escarlate descia e manchava seu uniforme e o concreto da escola. Fui tirar a faca, mas não mexi em nada. Escutei chorinhos vindos duma sala e corri até lá, Camilla estava sentada no chão contra a parede, com as mãos ensanguentadas.
— SUA VADIA! — esbravejei, ela virou o rosto e começou mais uma série de soluços — O que você fez, vaca?
Sai da sala correndo e comecei a gritar. Logo alguns alunos vieram, mas a inspetora Milena chegou antes e impediu todos de passarem. Ela pegou o celular e ligou para a ambulância. Mas eu achava que já era tarde demais. Caí no chão ao lado de Joe, e comecei a chorar feito uma maluca, os alunos fizeram um circulo em volta e quando Milena se aproximou de mim, apenas apontei para a sala onde Camilla – a mais nova vadia oficial - estava chorando.
Miley e Sel tentaram se aproximar, mas Milena as deteve. Fiquei sentada no chão com a cabeça entre nos joelho pelo que pareceram horas. Por que será que eu perdera toda a noção do tempo? Meus olhos ficaram inchados e quando a ambulância chegou, eu já não conseguia pensar. A policia também veio, que levasse aquela cachorra para a sela mais suja do mundo inteiro! E que ela morresse lá também, e fosse para os sextos dos infernos! Senti braços capazes me levantarem e me levarem para longe do aglomera mento, tudo já havia virado um borrão de cores e sons, e eu não me aguentava de pé, não conseguia nem me lembrar de onde estava quando leve mãos acariciaram meu rosto.
— Taylor? — uma voz me chamou suavemente. Pisquei os olhos, que apreciam estar colocados com fita adesiva. Quando distingui o cenário a minha volta, estava na sala do diretor, mas a única pessoa na minha frente era o professor de literatura John Mayer. Gemi.
— O que aconteceu? — senti uma onde de náusea enorme e foquei nos olhos negros de John.
— Você foi encontrada junto com seu amigo Joe.
De repente me lembrei de tudo, Joe com a faca cravada no peito, o liquido escarlate jorrando de sua camisa de linho branca, Camilla encolhida contra a parede com as mãos sujas de sangue.
— Onde ele está? — reparei que John havia me colocado na poltrona da sala do diretor, e estava agachado na minha frente com um copo de agua nas mãos pálidas.
— Aqui, tome. — ele me entregou. — Seu amigo foi para o hospital. Infelizmente.
Comecei a soluçar novamente, mas John me deteve.
— Tudo bem, vai ficar tudo bem. O Diretor Lovato já virá falar com você. — ele se levantou e saiu da sala. Me senti tão vazia por dentro como uma bexiga, qualquer um poderia vir e me espetar e eu poderia explodir.
O diretor Lovato entrou na sala e me olhou tristemente.
— Sinto muito, Srta. Swift, mas seu namorado não resistiu.
Qualquer um poderia me estourar. Como naquele momento. Comecei a soluçar desesperadamente e nem me importei quando ele disse “namorado”, agora eu NUNCA, nunca MESMO poderia falar o quanto eu o amava. As lagrimas jorraram tão rapidamente que eu nem precisei piscar os olhos para despachá-las das minhas pálpebras, elas escorreram por pura vontade.
— Por favor, acalme-se, Srta. Swift. — ele chamou Milena — Ligaremos para seus pais imediatamente. — Mas, primeiro gostaria de saber exatamente o que houve.
— Por que a vaca da Camilla não diz? — eu gritei e quase me afoguei com as lágrimas que pularam para dentro da minha boca. Ele me repreenderia por chamar outra aluna de “vaca”, mas se a ideia passou por usa cabeça, ele não a mencionou.
— Sua amiga não esteve em condições nem para conversar conosco e foi levada para o hospital junto com o Srt. Jonas...
Minha O QUE? Sai para lá, diretor. Quase gritei, mas me conti e respirei fundo, quase engasgando novamente, eu queria que as lagrimas parassem de jorrar, mas parecia impossível. Contra minha vontade, relatei o que aconteceu ao Diretor Lovato, sem mencionar que eu iria me declarar para ele, é claro. Isso viraria história para ser contada em tumblrs sentimentais, e isso era a ultima coisa que eu queria. Depois de contar para ele, minha mãe entrou na secretaria e me levou para fora daquele lugar que eu não conseguia mais chamar de escola.
É claro que não tive condições para dormir. Eu não entendia. Pessoas morriam todos os dias, todas as horas, e se duvidar, todos os minutos. Mas por que ele? O meu Joe? A minha vida? Recebi várias ligações é claro, vários e-mails, varias mensagens, até visitas. Ninguém se tocava que eu não queria pêsames nem expressões vazias balançando a cabeça e falando “Sinto muito pelo seu amigo”. A única coisa que eu queria era dormir para esquecer a dor. Para esquecer o vazio. Para esquecer que o mundo ainda continuava girando enquanto eu ficava no meu quarto sem abrir as cortinas, pensando em como deveria ter me declarado antes.
E para a minha surpresa, o mundo não parou com o coração de Joe.
A “Nossa história” mudou de roteiro e eu era a única protagonista.
Ninguém sabia que no dia em que eu iria dizer “eu te amo” para o meu melhor amigo, ele morreu.
And people kept saying: “Give your heart a break”.
The end ?
Pessoal, essa é a segunda parte da Mini-fic. E ela só irá continuar se a fic "Give your heart a break" ganhar... Sim, sou má. Vou postar agora mesmo a sinopse de Give your heart a break + um slogan de Middle os Nowhere. ok?
kisses e votem!!!
clarinhaaa
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