Mini-fic: The story of us (prólogo de Give your heart a break)

Estava lutando contra mim mesma para não correr até ele e pressionar meus lábios nos seus. Segurei a mesa da sala de aula com vontade e prendia respiração. Uma gota de suor escorreu pela minha têmpora. Me coração batia descontroladamente. Olhei para o relógio, eram apenas 11:10, a aula terminaria 11:50. O que eu tinha que fazer para o tempo passar logo?

Era uma chuvosa e fria sexta-feira de outono, e estávamos na ultima aula, que só para tudo ficar melhor era de História. Olhei com os olhos cerrados para a professora, ela gesticulava pacientemente e às vezes até bocejava. Olhei para Sel do outro lado da sala e ela me piscou, com seu olhar doce e movimentou os lábios: “Vai acabar logo”. Suspirei alto e sem vergonha. A professora Montez me fuzilou com os olhos.

— Algum conhecimento útil para compartilhar com a sala, Srta. Swift?  — então todos me olharam, alguns com sorrisos maliciosos e outros apenas com indiferença, como se não fizesse diferença nenhuma para eles que eu estava prestes a me ferrar com a Sra. Montez, a professora mais exigente e brava de toda a escola. Se e tinha algo a compartilhar, sim! Eu queria gritar para todo o mundo escutar. Se era útil? Hum, acho que não.

— Nada de útil, Sra. Montez. — eu respondi, com sinceridade. Alguns murmúrios e risadinhas tomaram conta da sala. Caramba! Eu não estava tentando tirar a professora, eu apenas... Disse a verdade. Sra. Montez me sondou novamente com os olhos e se voltou para a lousa. 

Olhei para ele, estava encostado na parede. Ele suspirou, atônito de todos. Me debrucei na carteira. Eu tinha que falar com ele, estava morrendo por dentro para jogar minhas palavras em cima dele. Queria gritar para todos ouvirem tudo o que sentia.

Ele debruçou-se também e olhou para mim, com um olhar intenso e demorado. Me confortei em seus olhos castanhos, mas logo cai na real e voltei a posição anterior que estava. Ele voltou também. Olhei para o caderno e suspirei, as palavras misturavam e tudo o que eu via eram letras embaralhadas numa superfície plana. Me remexi pela vigésima vez na carteira e o observei. Será que ele estava se sentindo como eu? Hum, provavelmente não. Olhei para Camilla Bele, a garota mais... “desrespeitavél” da escola inteira. Ela remexia os quadris na carteira ansiosa, enquanto ele lia o bilhete que ela o jogou. Olhei para a calça de borracha colada e para seu decote V e revirei os olhos. Por que ela? Por que não qualquer outra pessoa?

Ele pegou com cuidado uma caneta e sorrindo escreveu algo no papel, o dobrando cuidadosamente e o jogando, discretamente, para a carteira dela. Olhei para as minhas mãos suadas. Como poderia dizer que o amo, se ele estava apaixonado de outra? Roí as unhas e fiz uma careta, ele pousou os olhos em mim. Me concentrei nas palavras sem sentido na lousa, mas podia perceber seu olhar sobre mim apenas vendo de soslaio. Olhei para o relógio. 11:30.

20 minutos.

Respirei fundo, como se fosse adiantar, me coração pulsava contra minhas costelas tão rápida e descontroladamente, que me faltava folego para puxar mais oxigênio para o pulmão. Olhei novamente (como eu sou burra!) para ele, e me surpreendi quando o peguei olhando para mim. Ele sorriu e mostrou o polegar. Meu estomago afundou e eu sorri acenando, voltando a me concentrar na mesa  e no meu caderno.

15 minutos

Mordi os lábios com tanta força que senti o gosto do sangue.  Olhei para os lados, Demi estava escutando musica e por um momento ela balançou a cabeça tão forte que a Sra. Montez revirou os olhos, sabendo que não iria adiantar ao mesmo dar uma bronca em Demi. Ela era filha do diretor, não que isso intimidasse os professores, mas de certa forma, eles até desistiam de reaprendê-la por seus comportamentos como: mascar chiclete durante a aula, escutar música durante a aula, mandar torpedos durante a aula, descansar os pés em cima da mesa durante a aula e a lista era longa. Virei-me e vi Sel fazendo anotações frenéticas no caderno. Ela não gostava que ninguém falasse, mas, ela era nerd. Até os professores sabiam disso.  Ela levantou a mão pela quinquagésima vez para fazer mais perguntas.

— Srta. Gomez?  — Sra. Montez, tirou os óculos, impaciente e coçou os olhos, com as mãos sujas de giz apoiadas na carteira de Sel, que, entusiasmada respondeu.

— Sra. Montez, gostaria de perguntar se...

— Por favor, Srta. Gomez, prossiga. — ela respirou fundo impaciente e todos abafaram as risadas, mesmo eu. Que continuava olhando para ele, com a cabeça debruçada na carteira.

— Por acaso Henrique III pensou na possibilidade de... — ela foi interrompida por Taylor, meu xará, o jogador garanhão de futebol, que não tinha nada além de testosterona no cérebro.

— Na possibilidade da Bolena ser uma vadia? — todos riram, menos Sel e Sra. Montez, é claro.

Sel, como sempre abriu a boca para defender os acontecimentos históricos.

— É claro que não, idiota. — ela sorriu — Ele estava apaixonado.

Sra. Montez desistiu de tentar amenizar as vaias, e há essas alturas, Sel já estava com a carteira virada na direção de Taylor para o festival de tiradas históricas.

— Ah, me esqueci que ele estava apaixonado. — ele tirou sarro. —Pelo que ele estava apaixonado?

Sel cerrou os olhos.

— Pela sabedoria e pelo senso de humor de Ana Bolena, o que ela adquiriu na França durante seu período na corte da rainha.

— Acho que ele estava mais interessado em outras coisas da Bolena. — Taylor sorriu malicioso.

— Absolutamente, Sr. Abestado. — Sel riu — Mas não se esqueça que ele era um importante rei e não um idiota feito você que só pensa em peitos e bundas.

Dessa vez as vaias seguiram para Taylor, ele levantou as sobrancelhas. Desde que todos na escola vivem, sabem que Sel e Taylor não se dão desde o maternal. Vivem dizendo que um dia eles se casarão. A nerd e o jogador de futebol americano.  E quando a briga já ai atingindo pontos obscenos, Sra. Montez deu um basta.

— Basta, crianças, acalmem-se! — ela estava vermelhinha e todos riram, o que aumentou seu rubor — Vamos continuar a aula.

5 minutos

A essas alturas, eu já estava pedindo para ir ao banheiro. Minha irritação era evidente. Camilla não parava de rir e tirar os cabelos que caíram “acidentalmente” no decote V. Patética. Revirei os olhos. Algumas pessoas já estavam arrumando as bolsas e alguns até se amontoando na porta a fim do sinal bater mais rápido. Fui fechando meu estojo, porque aqueles cinco minutos não passavam logo e paravam de me torturar? Sra. Montez começou a apagar a lousa e a começar a minuciosa tarefa de guardar as canetas. Olhei para ele, ele soltava gargalhadas lendo o bilhetinho de Camilla. Cai na real Taylor. Ele não gosta de você.

Quando o sinal ecoou, pareceu um milagre. Os alunos se mexeram desesperadamente, numa competição ridícula de quem chega primeiro a porta. Eu peguei no braço da Sel e ela me levou para fora da sala. Paramos no corredor, Sel ainda brigava com Taylor e Demi veio até nos mascando chiclete, logo Miley chegou junto dela, estavam criando uma nova dança.

Sel olhou para mim.

— Vai falar com ele?

Respirei fundo.

— Vou.

Corri até as escadas cheias de alunos e fui praticamente jogada para o corredor de baixo. Subi para a rampa que levava até a parte superior da escola e o que eu vi me deixou paralisada. 

         OK, pessoal, agora vou explicar. Essa é a minha primeira mini-fic e vai ter mais uma parte. Ela é o Prólogo do possivél fic "Give your heart a break". E eu (e a carlinha) vou postar mais prólogos como mini-fic para ajudar as votações, ok amores?

Comentem!!!!

xoxo

clarinhaaa